segunda-feira, 12 de outubro de 2009

FADO:Candidato a Património Mundial da Unesco

Caros colegas,

A propósito dos inúmeros eventos e celebrações que ocorreram ao longo deste fim-de-semana para assinalar os 10 anos sobre a morte de Amália Rodrigues, lembrei-me de partilhar convosco esta artigo que merece destaque:

“No passado dia 6 de Outubro, completaram-se 10 anos sobre o desaparecimento de Amália Rodrigues, uma das vozes mais marcantes do século XX.

Unanimemente considerada a maior fadista de todos os tempos, Amália foi acima de tudo uma excepcional intérprete de toda a música popular portuguesa, tendo-nos deixado um legado discográfico riquíssimo, constituído por centenas de gravações, muitas das quais serão editadas até ao final do ano, na colecção “Amália Nossa: 1920-1999”, coordenada pelo musicólogo Rui Vieira Nery, do Instituto de Etnomusicologia, resultado de uma parceria entre o Jornal Público, o Museu do Fado e a Fundação Amália Rodrigues.

Esta importante edição discográfica surge no seguimento da candidatura do Fado a Património Mundial da Unesco (que será formalizada no início de 2010), uma iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa, que decidiu em 2005 constituir um grupo de trabalho com o objectivo de preparar a candidatura desta forma de expressão musical tão intimamente ligada à capital portuguesa.

O trabalho desenvolvido nos últimos anos por uma equipa multidisciplinar teve como vector principal a criação do Museu do Fado, que nos últimos anos promoveu em conjunto com a Universidade Nova de Lisboa um estudo aprofundado sobre as origens, a iconografia e o património discográfico do Fado.

Igualmente importante na estratégia desta candidatura foi o apoio prestado à produção do filme “Fados”, realizado por Carlos Saura, concebido como um instrumento de reflexão estética sobre as raízes do fado e a sua evolução até aos dias de hoje, tendo contado com a participação de nomes importantes da música portuguesa e internacional, como Carlos do Carmo, Marisa, Camané, Cesária Évora e Chico Buarque de Hollanda.

De notar ainda a criação de uma linha editorial que entre os finais de 2009 e 2010, irá disponibilizar aos estudiosos e leitores interessados, um vasto conjunto de edições, que para além de novos estudos, inclui reedições de obras fundamentais sobre o fado e a sua história.

Num país onde frequentemente se verifica um défice de investimento na cultura, esta iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa, com o apoio indispensável do Governo Português, assume uma importância vital na defesa, promoção e valorização do fado, enquanto estilo musical que constitui um dos elementos mais expressivos da identidade cultural portuguesa. “-Carrega, João.Página Opinião, in
www.regiao-sul.pt

Esta notícia tem ainda particular interesse, uma vez que a Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica de Lisboa, foi uma das organizadoras juntamente com o Instituto de Etnomusicologia e o Museu do Fado, do Congresso Internacional do Fado que decorreu este verão.

Confesso que não sou grande apreciadora deste género musical, mas reconheço que é de facto uma das características do povo Português e da nossa cultura. Tendo discutido o tema “O papel do Estado e do mercado no domínio da cultura” na última aula, é de destacar e aplaudir esta iniciativa!

Gostaria de saber a vossa opinião!

Catarina Oliveira

P.S.- Sobre outro tema também discutido na aula passada, relativo aos downloads ilegais e aos problemas enfrentados pelas bandas, lembrei-me de um caso que achei bastante criativo e original, no que toca a contornar esses mesmos problemas e de certa forma aceitar a realidade de que os downloads vão continuar. A conhecida banda Radiohead, quando lançou o seu último álbum In Rainbows, lançou-o primeiro em formato digital para download, o qual podia ser feito pelos fãs que escolhiam pagar ou não a quantia que achavam mais razoável pelo download do CD.

1 comentário:

  1. Quanto ao primeiro tópico: É de louvar a adopção de tal medida por parte da CML, pois de facto é um dos principais focos do Fado, assim como no seu maior interesse ver um maior reconhecimento do seu património cultural a nível internacional, que a meu ver irá ser uma mais-valia para a cidade não só do ponto de vista cultural, como servindo também outros interesses.

    Quanto às re-edições da discografia da Amália Rodrigues, é na minha opinião um "tributo" merecido e digno de elogio mas, que acaba por não ter o impacto desejado, devido a 2009 ser a nível músical um ano em que estamos perante várias "celebrações", que de certa forma ou outra vão tirar alguma importância a esta iniciativa:

    a) A re-edição de várias discografias pela Universal dos mais variados artistas: "Deluxe Editions by Universal"

    b) A morte de Michael Jackson que veio disparar a venda/re-edição da mais variada multimédia (não limitada aos discos)

    c) Re-Edição da discografia completa dos Beatles, discutívelmente a banda com maior sucesso na História da música popular "pop culture".

    Quanto ao assunto dos Radiohead:

    Não se pode comparar os danos dos downloads ilegais numa banda que vende quase só pelo nome e cujo cachê para um concerto ultrapassa em medida as receitas conseguidas por bandas de menor renome.

    Para mim, os download ilegais causam muitos mais problemas às médias e pequenas bandas (de nome nacional ou local) do que a bandas de peso mundial, que vêem grande parte da receita vindas do merchandise e das tournées.

    Embora tenha sido uma acção original por parte da banda, a verdade é que quando analisado o caso concreto os custos suportados pela banda em nada se compara ao custo de outras.

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